quarta-feira, 19 de agosto de 2015

10 Melhores álbuns internacionais que comemoram uma década neste ano (2015)

Dando continuidade a nossa série de Top10 de melhores álbuns lançados em 2005, hoje, trazemos a lista dos 10 internacionais que consideramos os melhores. Como sempre, foi uma tarefa difícil e té houve discussões extensas, mas acreditamos que conseguimos listar os 10 mais relevantes. Continuamos contando com o apoio mais do que especial do nosso amigo Tiago Abreu. Segue a lista e o comentário da nossa equipe!

10º Lugar: Thrill Seeker - August Burns Red

Tiago Abreu: Não gosto de metalcore. Mas, do que conheço sobre o disco, é bem razoável.

Phil Santos: August Burns Red traz uma definição de metalcore que raramente se vê. Killswitch Engage? Bullet For My Valentine? As I Lay Dying? ABR é diferente. Ok, as características básicas de metalcore: vocal gutural/scream junto com líricos, guitarras pesadas e rápidas com riffs de afinação baixa bem distorcidos, baixos idem, baterias abusando de pedal duplo, e breakdown pra todo lado. Toda banda de metalcore tem isso e às vezes cansa. O que faria o August Burns Red diferente? Não há esqueminhas clichês de estrofes+refrões. Não há vocais líricos. Tem solos bem feitos, que eu não consigo tocar (se eu conseguisse, quer dizer que o solo é muito fácil, rs). Às vezes você bate cabeça e perde o tempo, tá batendo fora do ritmo. Oi? Quê? É isso mesmo, eles têm uma tendência de metal progressivo e mathcore (batidas "fora de tempo") junto do metalcore. Ah, na boa? Escuta e vai bater cabeça, bater pé, fazer air guitar, etc e tal. O álbum é legal demais pra ficar confabulando. tinham lançado dois EPs antes) e depois da turnê o vocalista e o baixista foram embora. Os membros novos deram um gás (que dura até hoje) na banda. Mas mesmo o Thrill Seeker é uma obra bem feita, pode conferir sem medo de achar que o capeta vai aparecer entre um gutural e outro.
Como todo core, é um som pesado, direto, seco, gritado na sua orelha como um pedido de urgência, talvez porque as letras tenham temática cristã, mas independente disso são bem contundentes. E tem esses diferenciais que eu citei, mas que você só vai entender se ouvir, na boa. Dito isso, esse é apenas o primeiro full album deles (

Jhonata Fernandes: Antes de começar, quero dizer que acho toda essa list muito injusta, por mais que tenha ajudado a formá-la. Mas, isso não vem ao caso. Acredito que o único motivo pela qual o Thrill Seeker está na última colocação de uma lista de melhores do ano é que, este foi o primeiro álbum completo da banda. Haviam lançado o Looks Fragile After All EP em 2003 e o August Burns Red EP em 2004 com outro vocalista, mas este, foi o primeiro completo e oficial. Eu não tenho mais muita coisa para acrescentar porque o meu colega Phil já disse tudo. Portanto, acho importante enfatizar duas coisas importantes sobre este disco: 1) ele é simples e 2) por mais que você duvide, ele é simples.

9º Lugar: Devils & Dust  - Bruce Springsteen

Tiago Abreu: Bruce é daqueles músicos que sempre, ao lançarem um disco, estarão dentre os destaques de um ano. Com Devils & Dust não é nada diferente. Conhecido por fazer muito com menos, o disco contém várias narrativas interligadas de forma muito tênue. Bruce já é conhecido por fazer obras neste molde, como Nebraska (1982). Assim como o registro supracitado, Devils & Dust consegue trazer o frescor das composições de Springsteen e se firmar dentre os melhores discos do ano.

Phil Santos: Esse álbum é legal. Deu pra dormir com ele. Explico: o ouvi pela primeira vez num dia estressado. A sonoridade acústica e introspectiva me acalmou. Me lembra um caminhoneiro seguindo viagem ao cair da tarde, a estrada vazia. Esse álbum não conta com a participação da querida E Street Band, e a maioria das composições é bem antiga, algumas datam até de 10 anos atrás. Vovô Bruce revirou as memórias, juntou velhos temas, fez outros novos, deu uma polida e empacotou nesse álbum. Belo álbum, que teve 5 indicações ao Grammy, vencendo como Melhor Performance Vocal de Artista Solo de Rock, com a faixa-título do álbum.


8º Lugar: Try! - John Mayer Trio 

Tiago Abreu: John Mayer definitivamente não está dentre as coisas que eu costumo ouvir, mas o álbum Try! tem alguns arranjos interessantes. Logo na faixa-título, você já é introduzido numa guitarra bem grooveada e linhas de baixo de destaque. O grande ponto negativo são os vocais, mas convenhamos: a cozinha é impecável.

Phil Santos:  Aí mora o perigo. John Mayer ainda hoje tem o estigma de ser cantor romântico. Culpa dos Grammys dele que são de Your Body Is a Wonderland e de Daughters. As mulheres gritam quando ele faz algum solo de guitarra, e olhe que esse ou qualquer solo é bem bom, vindo das mãos de um filho do blues e rock (Stevie Ray Vaughan, Jimi Hendrix, Albert King...), só que geralmente com uma pegada pop. O Try! precedeu o álbum que hoje é o queridinho da galera, o Continuum
(2006), porém hoje falamos de 2005 e o John Mayer Trio (JM3) é um projeto paralelo do John junto com ~Faustão mode on~ as feras Pino Palladino e Steve Jordan. John tem uma banda grande pra tocar seu projeto solo, porém o trio é uma experimentação, é a essência jovial, energética e empolgada do rock junto da classe e técnica do soul e blues, tanto que o JM3 toca covers de Hendrix e SRV, além de composições próprias do trio e versões (muito boas, por sinal) de músicas do próprio John. Mas aqui não tem pegada pop! Esse álbum é ao vivo, sem truques de estúdio, o que evidencia o talento dos músicos tanto em improvisos quando na timbragem dos instrumentos. Eu poderia passar horas falando, mas sou fã do trabalho do Mayer, então é melhor eu ficar quieto antes que comece a fazer divagações sobre a carreira e vida dele aqui.

Estevão Rockfeller: Malandro, quando falo que gosto de John Mayer sofro bullying por ele ser conhecido por fazer som de 'menininha'. Mas aí eu mostro esse álbum e todos se calam! Meu preferido dele, blues, solo, guitarra fritando. Recomendado a quem não conhece esse lado do John Mayer.

7º Lugar: Aerial - Kate Bush

Tiago Abreu: Antes disso, desencane de qualquer citação das chamadas “divas” do eletropop nesta lista de melhores. Continuando: música pop nunca me foi interessante, justamente por causa da maioria de seus ouvintes. Os artistas no mainstream deste gênero das últimas décadas também não ajudam. E é nas exceções que temos a veterana Kate Bush. “Descoberta” por David Gilmour no fim dos anos 70, Kate faz um pop muito bem produzido, arranjos bem construídos, com conteúdo! Sua participação nos melhores de 2005 é perfeitamente justificada com Aerial, disco que marca o retorno de Kate após doze anos sem um registro de inéditas. A obra, com poucas faixas, possui uma sonoridade densa, com bom uso de sintetizadores, piano e letras nem um pouco acessíveis. O disco é duplo, e em uma de suas partes, é completamente conceitual. Aqui vemos tudo o que se espera de Bush: emoção, profundidade, além de versos românticos, e ao mesmo tempo relativo ao cosmos. Desta forma, Aerial mergulha no melhor que Kate pode oferecer, ignorando toda a efemeridade e modismos do pop feito naquela época.

Phil Santos: Confesso que não captei a essência de Kate. Na real, eu nem a conhecia antes dessa lista. É pop, mas não tem nada a ver com o que a gente chama hoje de pop. É algo muito mais profundo, poético, humano (apesar de etéreo). No meio de uma lista com tanto rock (que ainda era o mainstream da época) esse álbum quebra a sequência de distorções. Aliás ela não é nem um pouco mainstream, o que me deixa feliz porque não se precisou depender de mídia pra ver como ela é incrivelmente talentosa. E eu acho que poderia ir mais além nas minhas definições se eu tivesse escutado mais, ou se minhas últimas audições fossem assim mais complexas.


6º Lugar: Nothing Is Sound - Switchfoot

Tiago Abreu: Ah, Switchfoot numa lista de melhores de 2005 é um exagero abismal. Sim, Nothing Is Sound é um disco razoável, mas não passa disso. Nem está dentre os melhores do próprio Switchfoot. A banda é, claramente, esforçada e boa. Mas nada que justifique sua presença aqui.

Phil Santos: Eu ainda tô tentando entender o que Switchfoot está fazendo nessa lista. Ô Abreu! Acho que a gente descartou algum álbum que não deveria ter saído da lista e esquecemos esse aqui dentro de casa! ~ lê correndo atrás do caminhão de lixo ~

Jhonata Fernandes: Sou um grande fã do Switchfoot.  Fã daqueles que passa o dia ouvindo os caras
e que pira toda vez que ouve. Discordo dos meus amigos que esse álbum não merecia estar aqui. Ele merecia e merece (até) estar mais acima. E não digo isso (só) porque sou fã, mas porque reconheço (eu e uma paulada de gente, basta 'cê' sair um pouco da websfera brasileira e procurar entender como um disco que já saiu sendo o número três no Top200 da  Billboard, recebeu disco de ouro tendo mais de 500.000 cópias vendidas e ficou em 1º lugar no Top Christian Albums pode ser ruim. Pelo amor né!?) a qualidade do disco. (bom, já disse tudo no último parentese)

5º Lugar: In Your Honor - Foo Fighters

Tiago Abreu: O Foo Fighters não possui nenhum álbum que seja realmente um clássico. Talvez, Wasting Light (2011) pode ser considerada sua obra prima. Mas, lá nos idos de 2000, a banda vinha de um bom momento, crescendo sua popularidade e tentando se estabelecer mais e mais. Em contrapartida, o disco que produziram em 2001, regravado e lançado em 2002, One by One, transmite uma séria crise de criatividade. Ao ouvir as composições, você nota que eles estão evidentemente cansados e entediados. A pausa do grupo fez bem, e em 2005, chegaram com um disco novamente enérgico. In Your Honor pode ser considerado, tranquilamente, como um dos três melhores trabalhos de sua curta discografia. A faixa-título, e seus riffs marcantes, dão início a um disco bastante consistente e que prende o ouvinte. Também é um pouco ousado pelo fato de ser duplo, comemorando dez anos de Foo Fighters.

Phil Santos: Foo Fighters é a banda mais sortuda do mundo. Se eles chegassem agora na mídia mundial e dissessem pros fãs "galera, vamos tirar umas férias de um ano, daqui a 365 dias a gente volta pra fazer um som pra vocês" todo mundo aceitava na boa, e aliás ia estourar cover deles pra todo lado. Dave Grohl parece ser outro que transforma em ouro tudo o que toca (se você já leu a biografia dele vai entender), mas é bom lembrar das tensões que rodearam o One by One (2002) e o fizeram ser um álbum cansado, com umas 4 músicas boas e o resto bem ruim. A banda quase acaba no meio do turbilhão de coisas! Mas deram um tempo e voltaram pro estúdio. Dave não quis fazer simplesmente um álbum de rock, queria algo especial, afinal era o 5º álbum e eram 10 anos de banda. Escreveram 40 músicas (15 acústicas) e as 20 melhores foram pro álbum duplo, metade elétrico e metade acústico. Se o One by One era direto, na cara, porradeiro e estressado, o In Your Honor foi variado, polido, colaborativo (os caras construíram e equiparam o estúdio novo de Dave juntos, melhorando a atmosfera da banda), com um timbre mais claro e composições mais complexas musicalmente. Os caras sabem o que fazem. Ficou um álbum bem bom, e de lá saiu o que é uma das canções mais aclamadas deles: Best Of You.

Estevão Rockfeller: Parece que eles tem uma fórmula para fazer boas músicas, não tem uma música ruim nesse álbum, um dos meus preferidos dele.

4º Lugar: Mezmerize - System of a Down

Tiago Abreu: Acho que o grande mérito do System of a Down, de fato, seja relembrar, dentro do mainstream, que o rock (e especialmente o metal) não precisa (e não deve, muitas das vezes) ser politicamente correto. Muitas guitarras, peso e velocidade definem este disco que é estupidamente forte e autodepreciativo. O restante, certamente meus colegas vão falar.

Phil Santos:  É meio complicado falar de um álbum duplo que não é duplo. Mezmerize e Hypnotize são um álbum duplo que foram lançados em datas diferentes, porém ambos em 2005. Um completa o outro, até no desenho da capa. O Mezmerize é o primeiro registro desses dois, o que possui a maioria das canções conhecidas do público "leigo", como BYOB, Question, Lost In Hollywood e Radio/Video. Os caras da banda são compositores compulsivos, não são uma banda política (na verdade tratam de política, guerras, drogas, sexo, mulheres, e "dorgas": Kill Rock 'n Roll é um exemplo, é sobre um coelho atropelado pelo guitarrista) e são do mainstream sem produzir material estereotipado como mainstream, mas por fazer algo que ninguém faz: como rotular a banda? Metal alternativo? Hard Rock? Heavy Rock? Não acho que se encaixem em alguma estética. Apenas fazem um rock n' roll do bom, único, pesado e inovador. Na boa: deixemos os rótulos pra colar em garrafas! Quando lançaram o Mezmerize, o frissom causado por BYOB foi imediato. Jovem Pan e tocavam-na diariamente. O mesmo com Question. Na MTV nem se fala. O quê desse álbum é a mudança da sonoridade que já vinha igual em 3 álbuns e tava enchendo o saco, mesmo com toda a criatividade louca do Steal This Album! (álbum pós-Toxicity, o queridinho de todos, e o STA foi meio que uma entressafra). A bateria veio mais agressiva (porém ainda criativa), a guitarra mudou de Ibanez pra Gibson SG e ganhou uma afinação diferente (acredite em mim, isso muda muita coisa), Daron cantou bem mais, e o CD foi mixado mais redondinho, menos áspero, talvez daí saiu mais comercial e aparentemente "menos legal" que os anteriores. Rick Rubin assinou a produção deles, como de costume desde 1998. Premiações e menções em listas (como essa Emoticon grin) são apenas a cereja do bolo.
Transamérica

Estevão Rockfeller: Acredito que um álbum muito abaixo dos dois primeiros trabalhos do SOAD. Porém vendeu, é o que 'importa'.

Jhonata Fernandes: Sou tão poser de System of a Down que, ao invés de pôr o meu nome, eu deveria ter colocado em CapsLock O CARA QUE NÃO ENTENDE NADA DA BANDA. Mas eu entendo de música e música é o que esse álbum tem pra oferecer. B.Y.O.B (poser de SOAD que se preze tem que citar B.Y.O.B) foi a primeira música dos caras que eu ouvi e, de cara achei aquilo esquisitão e maneiro! (do jeito que o rock deve ser) Revenga e  Radio/Video abrem alas para um bom disco como este.

3º Lugar: Lullabies To Paralyze - Queens of the Stone Age

Tiago Abreu: Queens of the Stone Age é uma das poucas coisas, dos últimos anos, que é praticamente uma unanimidade. A banda, que estourou com o grande Rated R e veio com a parceria de Dave Ghrol em Songs for the Deaf, agora tinha um futuro incerto: a dupla original, cujas composições eram escritas, se desfez. Josh Homme demitiu Nick Oliveri. Mas, se você pensa que Lullabies To Paralyze é um disco desfalcado, se engana. A obra prova, de uma vez por todas, que Josh sempre foi o cérebro e a alma do QOTSA. O stoner rock bem tocado do grupo varia-se em composições curtas, sombrias, misturados a outras faixas longas e soberbas, em que Homme entrega todas as suas pretensões, fundindo uma sonoridade atípica e quente com interpretações viscerais e letras fantasmagóricas. Sim, isso continua sendo QOTSA, porque Queens é um homem só, apoiado por vários músicos.

Phil Santos: Josh Homme é o cara do rock. Um mito. Um gênio. Uma lenda. Tudo o que ele toca vira ouro. Tudo o que ele toca vira hit. E nós gostamos disso e pulamos bastante e cantamos bem alto, com toda certeza. (Só isso!)

Estevão Rockfeller: Diferente, épico, agradável, estranho, doido. Bela obra de arte, gênios do Rock!

2º Lugar: Get Behind Me Satan - The White Stripes

Tiago Abreu: Quando você vê uma dupla como Jack e Meg White fazendo uma música imprevisível em pleno século XXI – desculpem-me, sou daqueles rabugentos que sempre dá valor maior ao que é mais antigo – é de se admirar. O duo, que vem dos EUA, mas não faz música farofa, precisava dar sequência ao tão elogiado, aclamado e unânime Elephant, cuja tarefa não era nada fácil. Get Behind Me Satan segura a peteca com proficiência, com maior variedade de instrumentos. Vale destacar a capacidade da banda em desconstruir qualquer expectativa que você tem a respeito deles. Os vocais de Jack, em muitas das vezes, me lembram Robert Plant nos últimos discos do Led, e a faixa que encerra o disco, “I'm Lonely (But I Ain't That Lonely Yet)”, tem uma intro que me lembra, vagamente, “Changes”, do Black Sabbath.

Phil Santos: Será que falar bem de White Stripes é chover no molhado? Olhe só, eu sou basshead (o tipo de cara que AMA som de baixo e sons graves), mas na boa, White Stripes tem licença poética pra fazer o que faz sem precisar de baixista. Jack é incrível e Meg é uma "seguradora de onda" muito boa, se é que esse termo existe. Ficou ainda mais latente pra mim o tipo de aura criativa que rola entre eles depois que eu assisti It Might Get Loud!, um documentário sobre a relação de 3 guitarristas com o instrumento. Sem spoilers aqui! Vai procurar que o negócio é bom DEMAIS. E justamente toda essa aura se estendeu ao Get Behind Me Satan, ainda mais porque um grande problema de bandas em geral é, quando lança um sucesso, conseguir se manter na crista da onda ou até superar o feito. Não é fácil. E White Stripes sambava na cara da gente com cada disco lançado. (sdds)

1º Lugar: Chaos and Creation in the Backyard - Paul McCartney

Tiago Abreu: Falar de McCartney não é fácil, e para entender o sentimento do álbum Chaos and Creation in the Backyard, é necessário revisitar os discos solo anteriores do cantor. Os anos 80, e a primeira metade dos anos 90 foram péssimos para Paul. De grandes músicas e discos com os Beatles e Wings, o artista tornou-se numa criatura praticamente irrelevante no cenário musical, pois nenhum disco seu apresentava consistência e repertório marcante. As coisas mudaram quando, junto a Ringo e George Harrison, trabalhou na antologia dos Beatles, em 1996. Isso reascendeu o seu espírito criativo, produzido o grande Flaming Pie (1997). Depois desse disco, mais introspectivo e de arranjos mais marcantes, finalmente Paul McCartney encontrou a direção correta para sua carreira solo e se tornou um músico interessante outra vez. No entanto, outras fatalidades ocorreram em sua vida e são latentes na orgânica do disco: a morte da esposa em 1998 e de George Harrison em 2001 para o câncer, a chegada dos sessenta anos de idade, o novo casamento, e as reflexões sobre a vida e a morte (que, a cada ano, soava e soa mais próxima). Se Driving Rain (2001) já possui estes elementos recorrentes de Flaming Pie, em Chaos and Creation in the Backyard, os pensamentos são aprofundados e carregados de uma sonoridade complexa, lenta, por vezes bastante densa. Produzido por Nigel Godrich, conhecido por suas atuações com o Radiohead, o disco apresenta Paul tocando todos os instrumentos. Ou seja: se Driving Rain, ou o sucessor Memory Almost Full (2007) são discos ainda com a ‘cara’ de banda, em Chaos é McCartney no extremo de sua simplicidade e no controle dos timbres do trabalho, que possui pouquíssimos pontos baixos. Destaque para “Too Much Rain” e sua belíssima letra, a musicalidade de “How Kind of You” e “Friends to Go”, claramente influenciada pelo estilo de Harrison, em homenagem ao ex-beatle. Se você ainda não parou para ouvir a discografia de McCartney, sugiro que, além dos primeiros discos solo e os trabalhos com os Wings, esteja atento ao que ele tem feito desde 1997.

Phil Santos: Vovô Paul me surpreendeu. Quero dizer, eu nem sou tããão fã de Beatles (podem me crucificar), mas eu nunca tinha o escutado. Comecei bem pelo visto. Nem coloquei esse álbum na liderança, mas ele é um álbum muito bom. Cara, bem feito demais. Curti muito!

Concorda? Discorda? Deixe sua opinião aí galeres bonita!!!

2 comentários:

  1. Quero registrar minha decepção porque esquecemos o Confessions On a Dance Floor, que foi um super álbum de 2005. E eu nem curto Madonna (e nem pop no geral), mas esse álbum ficou bom demais pra ser esquecido.
    Pior, esquecemos o Demon Days do Gorillaz. :(

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    1. Estou sentindo um incômodo extremo com Switchfoot no meio...

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